Ciclo de Vida Organizacional: Análise dos Modelos Aplicados nas Recentes Pesquisas Empíricas

Palavras-chave:

Ciclo de vida, Pesquisa, Empírico

Resumo

Diversos pesquisadores desenvolveram modelos de ciclo de vida organizacional para explicar as mudanças nas organizações (LESTER; PARNELL; CARRAHER, 2003; GREINER 1972, 1998; ADIZES, 1990; MILES; FRIESEN, 1984; QUINN; CAMERON, 1983). No entanto, apesar da existência de alguns modelos utilizados em pesquisas empíricas de ciclo de vida organizacional, essa discussão ainda é embrionária. Corroborando com essa afirmação, Junqueira, et. al (2008) entendem que as pesquisas sobre ciclo de vida ainda não são conclusivas quanto ao modelo utilizado. Assim, esta pesquisa teve como objetivo identificar, na literatura internacional e nacional, os modelos de ciclo de vida organizacional utilizados nas pesquisas empíricas recentes, a partir do ano de 2001, bem como verificar se há uma predominância na utilização de determinados modelos. Com a abordagem metodológica adotada para esta pesquisa buscou-se identificar na literatura nacional e internacional os modelos de ciclo de vida organizacional utilizados nas pesquisas empíricas, publicadas a partir do ano de 2001. Assim, a pesquisa foi realizada em duas etapas. Primeiro, foram pesquisados os artigos nacionais, nos principais eventos da área no país: Encontros da Anpad (Enanpad); Congressos Anpcont; e Congressos USP de Controladoria e Contabilidade. Posteriormente, os artigos internacionais foram pesquisados a partir da ferramenta de busca do portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Os critérios de seleção do artigo para utilização nesta pesquisa foram: (a) o título do trabalho acadêmico deveria ter como palavras-chaves: ciclo de vida, organizational life cycle, Life cycle stage, ou Life cycle control management; (b) o artigo deveria utilizar um modelo empírico de ciclo de vida organizacional; e (c) a publicação deveria ter ocorrido a partir do ano de 2001. Após o refinamento da pesquisa, onze artigos foram selecionados para utilização neste estudo, sendo dez de periódicos internacionais e um artigo publicado nos anais de um evento nacional. Os resultados indicaram cinco modelos de ciclo de vida organizacional, que vem sendo utilizados na pesquisa empírica no período de 2001 a 2009, que são os modelos de Kazanjian e Drazin (1990), de Scott e Bruce (1987), de Victor e Boynotn (1998), de Miller e Friesen (1984), e de Lester, Parnell e Carraher (2003). O principal achado dessa pesquisa foi que, neste período houve a predominância na utilização de dois modelos empíricos que enfocam o ciclo de vida organizacional nas pesquisas empíricas, que são: o modelo de Miller e Friesen (1984) e o modelo de Lester, Parnell e Carraher (2003), que juntos correspondem a 72,8% dos modelos de ciclo de vida organizacional utilizados nas pesquisas empíricas recentes. Uma verificação adicional evidenciou que a pesquisa realizada por Granlund e Taipaleenmaki (2005), apesar de utilizar o modelo de Victor e Boynton (1998), abordou o modelo de Miller e Friesen (1984) na formulação das hipóteses. Levando em consideração essa afirmação constatou-se que o modelo empírico proposto por Miller e Friesen (1984) foi o mais utilizado pelos pesquisadores.

Referências

ADIZES, Ichak. Os ciclos de vida das organizações: como e por que as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1990.

AUZAIR, M. S.; LANGFIELD-SMITH, K. The effect of service process type, business strategy and life cycle stage on bureaucratic MCS in service organizations. Management Accounting Research, v. 16, Aug-2004, p.399-421.

CORREIA, Rorildo Barbosa. Ciclo de vida organizacional e instrumentos de gestão: uma investigação nas empresas baianas. 2010. Dissertação (Mestrado em Contabilidade) - Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, 2010.

FREZATTI, Fábio; RELVAS, Tânia Regina Sordi; JUNQUEIRA, Emanuel R; NASCIMENTO, Artur Roberto. Análise do Perfil de Planejamento Associado ao Ciclo de Vida Organizacional nas Empresas Brasileiras. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 9., 2009, São Paulo. Anais... IX. São Paulo: FIPECAFI, 2009.

GARENGO, Patrizia; NUDURUPATI, Sai; BITITCI, Umit. Understanding the relationship between PMS and MIS in SMEs: an organizatioXnal life cycle perspective. Computers in Industry, n. 58, 2007, P. 677–686.

GRANLUND, M.; TAIPALEENMAKI, J. Management control and controllership in neweconomy firms- a life cycle perspective. Accounting, Organizations and Society, v. 16, 2005, p.21-57.

GREINER, L. E. Evolution and revolution as organizations grow. Harvard Business Review,July- August, 1972.

______. Evolution and revolution as organizations grow. Harvard Business Review, May- June, 1998.

JUNQUEIRA, Emanuel R; FELLOUS, Sergio Mendel; FREZATTI, Fábio; NASCIMENTO, Artur Roberto do. Ciclo de Vida das Organizações: análise epistemológica e uma proposta de 5 estágios. In: ENCONTRO DA ANPAD-ENANPAD, 32., 2008, Rio de Janeiro. Anais.... XXXII. Rio de Janeiro: ANPAD, 2008.

LESTER, L. D.; PARNELL, J. A.; CARRAHER, S. Organizational life cycle: a five-stage empirical scale, The International Journal of Organizational Analysis, v. 11, n. 4, 2003, p. 339-354, 2003.

LESTER, Donald L; PARNELL, John A. Firm size and environmental scanning pursuits across organizational life cycle stages. Journal of Small Business and Enterprise Development, v. 15 n. 3, 2008, p. 540-554.

LESTER, Donald L.; PARNELL, John; CRANDALL, William Rick; MENEFEE, Michael L. Organizational life cycle and performance among SMEs: Generic strategies for high and low performers. International Journal of Commerce and Management, v. 18, n. 4, 2008, p. 313-330.

KALLUNKI, Juha-Pekka; SILVOLA, Hanna. The Effect of Organizational Life Cycle Stage on the Use of Activity-Based Costing. Management Accounting Research, 2008.

KAZANJIAN, R.K.; DRAZIN, R. A stage-contingent model of design and growth for technology-based new ventures. Journal of Business Venturing, n. 5, 1990.

MARTINS, Gilberto Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo. Atlas, 2007.

MOORES, K.; YUEN, S. Management accounting systems and organizational configuration: a life-cycle perspective. Accounting, Organizations and Society, v. 26, p. 351- 389, 2001.

QUINN, R. E.; CAMERON K. Organizational life cycles and shifting criteria of effectiveness: some preliminary evidence. Management Science, v. 29, n. 1, January-1983.

SCOTT, M.; BRUCE, R. Five stages of growth in small business, Long Range Planning, n. 20, 1987.

SILVOLA, H. Design of MACS in growth and revival stages of the organizational life-cycle. Qualitative Research in Accounting & Management, 2008.

SILVOLA, H. Do organizational life-cycle and venture capital investors affect the management control systems used by the firm. Advances in Accounting, incorporating Advances in International Accounting, n. 24, 2008, p. 128–138.

SOUZA, B.; NECYK, G.; FREZATTI, F. Ciclo de Vida das Organizações e a Contabilidade Gerencial. Enfoque: Reflexão Contábil, Brasil, 2009.

VICTOR, B., Boynton, A.C. Invented Here: Maximizing Your Organization’s Internal Growth and Profitability. Harvard Business School Press, 1998.

Publicado

2015-06-10

Como Citar

Ciclo de Vida Organizacional: Análise dos Modelos Aplicados nas Recentes Pesquisas Empíricas. (2015). Revista Formadores, 8(1), 37. Recuperado de http://dwcenter.com.br/ojs3/index.php/formadores/article/view/673