EMPODERAMENTO FEMININO ATRAVÉS DA VALORIZAÇÃO DO CABELO CRESPO/CACHEADO
Palavras-chave:
Psicologia comunitária. Transição capilar. Empoderamento.Resumo
Cabelos crespos ou cacheados são denominados como “ruim”, “duro”, “feio”, “difícil de ser cuidado” e que precisa de alguma intervenção para “melhorá-lo”. Há fatores históricos envolvidos na desvalorização de qualquer característica fenotípica pertencentes à população negra, inclusive as que se relacionam ao cabelo. Este artigo trata-se de um relato de experiência sobre um projeto desenvolvido com um grupo de adolescentes, alunas de uma escola pública de Cachoeira-BA. Compreendendo a necessidade de ampliar as discussões a respeito do tema, foi possível perceber, a partir de observações feitas no contexto, a prevalência desse tipo de cabelo em mulheres da comunidade e a presença do estigma relacionado a esta característica. O objetivo do projeto foi empoderar adolescentes através da valorização do cabelo crespo/cacheado. Participaram do grupo, 12 adolescentes, do sexo feminino, com idades entre 13 e 17 anos. Foram realizados 12 encontros, no período de setembro a dezembro de 2016. Foram realizadas diversas ações de suporte as adolescentes proporcionando não só ações voltadas para os cuidados com os cabelos, mas, também, fomentou-se discussões sobre aspectos psicológicos, históricos e sociais envolvidos na desvalorização do cabelo natural das adolescentes. Como recursos didáticos se fez uso de: dinâmicas, rodas de conversa, relatos pessoais e oficinas de cuidados. A experiência oportunizou perceber a relevância das intervenções realizadas a partir das experiências compartilhadas pelas participantes,
Referências
GOMES, N. L. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos de identidade negra. 2. ed. São Paulo: Autêntica, 2007
MATOS, Édila Maria dos Santos. Cachear e encrespar: moda ou resistência? Um estudo sobre a construção identitária do cabelo afrodescendente em blogs. 2015. ix, 85 f., il. Monografia (Bacharelado em Comunicação Social) - Universidade de Brasília, Brasília, 2015.